A Bengala Inteligente Neural, também conhecida como BIN, é uma bengala especial capaz de detectar obstáculos a distância sem que haja a necessidade de tocá-los. Este recurso promete facilitar muito a autonomia do deficiente visual na hora de se locomover.

Depois de observar as dificuldades de locomoção enfrentadas por deficientes visuis, a estudante de sistema de informação da PUC Minas Gerais, Franciele Alves, desenvolveu um novo tipo de bengala que melhorará o cotidiano destes deficientes.

O acessório funciona da seguinte forma: um sensor ultra-sônico ligado a um chip detecta obstáculos a até 70cm da bengala e gera um alerta vibratório quando algo está se aproximando no caminho, permitindo assim que os obstáculos que não são detectados por uma bengala comum como galhos de árvores, orelhões ou qualquer outra barreira suspensa possa ser identificado pela BIN, evitando que o DV seja atingido.

Uma característica que diferencia a BIN de uma bengala inteligente comum já existente é que, através de um módulo de aprendizagem baseado em uma rede neural artificial, a bengala tem a sua configuração adaptada ao padrão de comportamento do usuário, permitindo que a pessoa cega ou com baixa visão consiga se locomover com mais segurança a medida que o acessório já conhece o seu comportamento e a velocidade com a qual ele costuma andar.

Este esquema de aprendizagem evita que, pessoas que andam de forma mais lenta recebam o aviso antes do tempo, dando uma ideia de proximidade antecipada ou que a pessoa que ande rápido não tenha tempo de desviar do obstáculo quando ele é detectado, por exemplo. Sendo assim, o usuário não precisa se adaptar ao equipamento, pois, é ele que se adapta ao usuário.

O equipamento ainda conta com uma luz de led que sinaliza às outras pessoas a aproximação de um deficiente.

Para criar o protótipo da bengala a estudante gastou cerca de R$ 150 e ele já foi testado por um deficiente visual. Segundo a estudante, que se formou no final do ano passado, “o feedback foi muito positivo, pois percebemos que os deficientes visuais se sentiam um pouco abandonados pela tecnologia. Agora todos querem saber quando o modelo comercial será lançado.”

Antes de introduzir a BIN oficialmente no mercado, a estudante precisará registrar a patente do aparelho, o que deve acontecer até o fim deste semestre e ainda encontrar parceiro dispostos a financiar a ideia. A expectativa é que o acessório esteja disponível ao público até o fim do ano.

Via Diário do Comércio